O clássico entre São Paulo e Santos, na sétima rodada da primeira fase do Campeonato Paulista, realizado no dia 7 de fevereiro, na Arena Barueri, em pouco serve de referência para a disputa dos jogos semifinais entre as equipes. Não pelo alvinegro, que já apresentava um futebol ofensivo, e liderava o campeonato, mas sim pelo tricolor, devido sua mudança radical no estilo de jogo.
A alteração tática da equipe comandada por Ricardo Gomes se deve, principalmente, a entrada de Marlos, que nas duas últimas rodadas ganhou a condição de titular. O São Paulo cresceu ofensivamente, marcou oito gols nos dois jogos (5 x 0 contra o Botafogo-SP e 3 x 1 diante do Santo André), e passou a explorar uma das principais características do meia, e do time rival, o drible.
Antes do primeiro clássico entre as equipes, o São Paulo apresentava uma média de 15 dribles por jogo, contra 21 do Santos. Agora, o time da capital explora esse fundamento, com uma média de 17 dribles por rodada, contra 18 do rival.
“O que ficou marcado foi a evolução do nosso time. Encontramos o ritmo de jogo e conseguimos alternar velocidade com cadência. Ele tem muita velocidade. É um meia de origem e está com um jogo mais decisivo, agudo. É diferente daquele Marlos que segurava mais a bola. Está amadurecido” destacou Ricardo Gomes.
“Sem dúvida, o Marlos é um cara rápido e deu uma movimentação maior ao ataque junto com o Dagoberto” opinou Hernanes.
Outro jogador são-paulino fundamental para a mudança de estilo de jogo é Fernandinho. Antes do clássico contra o São Paulo, o meia-atacante, que atualmente é o 12º jogador do time, sequer havia estreado no time. Marlos também só tinha realizado um jogo como titular – foi no empate por 1 a 1 contra o Mirassol, fora de casa, pela segunda rodada -.
Já o Santos encontrou a maneira de atuar, considerada ideal por Dorival Júnior, logo no início do campeonato. A entrada de Robinho, que fez sua estreia justamente no clássico contra o São Paulo, consolidou o esquema ofensivo. Com a melhor campanha da primeira fase, e 61 gols marcados, Dorival não vê sentido em alterar o esquema de jogo.
“Vou montar minha equipe dentro do que eu vi ao longo do campeonato. Se deu certo até o momento, pode perfeitamente continuar nos dando bons resultados. Os jogadores do ataque precisam cooperar defensivamente, e isso nós temos treinado” assegurou Dorival.
O auxílio a que se refere Dorival é a marcação dos três atacantes, Neymar, Robinho e André, na saída de bola do adversário, além do posicionamento, de Marquinhos e Paulo Henrique Ganso, mais defensivo quando o time estiver sem a bola. Só assim, o treinador vê a chance do quinteto ofensivo dar certo contra o São Paulo.
O esquema de jogo santista já está consolidado. A maneira de atuar tem sido referência para diversos treinadores. O próprio São Paulo, com a entrada de Marlos, se espelha no Santos, e também aposta na velocidade, e individualidade de seus jogadores para conquistar a classificação.
“O São Paulo vem em uma crescente, e não podemos negar a qualidade que eles têm. Se olharmos para os dois times, vamos encontrar diversos jogadores que podem decidir a partida a qualquer momento” comentou o volante santista Arouca.