Ricardo Gomes voltou do Peru com uma dúvida na cabeça. Dessa vez, o problema não era a formação do ataque. O que o incomodava era Juan Reynoso, treinador do Universitario. Porém, nada pessoal contra o comandante peruano.

– Antes do jogo, o treinador deles veio me cumprimentar. Eu sabia que o conhecia, mas não lembrava de onde. Era um volante, né?

O LANCENET! ajudou o comandante são-paulino a se recordar. Dois dias após a partida, a ficha de Gomes caiu quando perguntado se lembrava de um jogo entre Brasil e Peru, em 1989. Na época, ele defendia a Seleção e, do outro lado, estava o zagueiro rival Juan Reynoso.

Nesta terça, a partir das 19h30, com transmissão em tempo real pelo LANCENET!, no Morumbi, os dois se enfrentarão mais uma vez na disputa por uma vaga nas quartas de finais da Libertadores da América.

A partida realizada em 1989 era válida pela Copa América e terminou empatada em 0 a 0, assim como o jogo de ida das oitavas de final, na semana passada.

Curiosamente, após esses dois encontros sem gols, Gomes e Reynoso voltam a duelar dirigindo as duas melhores defesas da competição.

Ambas equipes foram vazadas apenas duas vezes em sete jogos. Para conquistar a vaga, o Tricolor terá de furar a nova retranca que Reynoso irá armar no Morumbi.

Durante a semana, a imprensa peruana revelou que o treinador do Universitario assistiu à gravação de Barcelona (ESP) e Inter (ITA). Ele queria analisar como o português José Mourinho montou a defesa italiana que parou Messi.

Ainda invictos na Libertadores, os peruanos sofreram os dois gols em chutes de fora da área. No Monumental, Cicinho só não marcou da intermediária porque a bola parou na trave. Nesta terça, Hernanes e Jorge Wagner podem ser as armas para esse tipo de jogada.

Porém, essa está longe de ser a única alternativa do Sampa.

– No jogo de ida nós tivemos boas jogadas de dentro da área. Mas a partida no Morumbi vai ser completamente diferente – afirmou Gomes, se recordando de lances realizados por Marlos e Dagoberto, no Peru.

Mais de 20 anos depois do primeiro confronto, Gomes terá a terceira chance para sair vencedor diante de Juan Reynoso. Seja de fora da área ou debaixo da trave, o que o São Paulo precisa é de gols.

tv l! Gomes e Juan Reinoso se reencontram após 21 anos

Confira o Bate-Bola com Ricardo Gomes:

O que você lembra daquela partida de 1989, contra o Peru?
Lembro que o gramado da Fonte Nova estava saindo muito. Nosso time ainda não estava encaixado e o jogo terminou empatado. Mas, na sequência da competição, melhoramos e conseguimos conquistar o título.

Existe relação entre os dois jogos terem terminados empatados pelo placar de 0 a 0?
Só coincidência. Taticamente, os times jogavam de outra forma. A armação dos times, hoje, é muito diferente do que era nos anos 80, nos anos 90.

Você é ex-zagueiro e o Reynoso, também. Isso facilita a formação de uma boa defesa?
Acho que não, a maioria dos goleiros e zagueiros acabam virando treinadores. É difícil você ter um atacante que virou treinador. Você tem o Klinsmann, na Alemanha... Normalmente são os jogadores que jogam mais sem a bola que têm mais essa leitura de jogo. Mas não significa que ex-zagueiro tem melhor defesa. Mesmo na Libertadores temos um ataque que tem um aproveitamento normal.

O que mais preocupa você no time do Universitario?
Os números falam por si. Conseguiram ter a melhor defesa, ao lado do São Paulo. Têm uma estrutura baseada no sistema defensivo, é isso que preocupa.